Que saudades, não desta casa, que não conheço, mas da sensação de acordar no campo, com uma janela aberta para o verde. Melhor que isto, talvez um dia de praia de sonho. Venham mais!
Eu sinto-me um alvo a abater. Sinto saudades do Verão quer seja no Algarve ou na Beira. Quer seja numa areia quente ou nas memórias dos meus avós que passeavam comigo por estas bandas. O meu pai senta-se ao fundo a trablhar com um vista linda em frente e repensa a sua acção. Eu sinto o fresco da casa depois de um calor absurdo lá fora. Sinto a calma de um campo que me fala de um passado inesquecivel. As casas no campo... Lembro-me de ler as minas de salomão traduzidas pelo Eça que encontrei na minha estante. Estas casas que me contêm e que me fazem a alma do Verão. Onde é que está a Sra Claudina? Onde é que estão as pataniscas? ah ok hoje é empadão com pêros bravos de mofo cozidos para sobremesa. Entretanto a minha irmã vai apanhar amoras e fazer massa fresca. O tempo alonga-se e fala-nos da nossa vida toda, da vida dos que antes de nós nos amaram e cuidaram de detalhes inacreditáveis. A minha mãe quer ajuda para pintar umas arcas. Adoro estas tarefas que prolongam o tempo util das coisas. Hoje a revolução é simples quem nos ama manifesta-se e abraça-nos agora como não se fazia no tempo da charrete. Faltam coisas pequenas que terei de ser eu a fotografar. Hoje fala-se na Isabel... Quando eu era pequenino era o Sr. Mário e a Sra. Claudina. Faltam as sardinhas (que estão no formato digital do telelmovel e no outro blog se não me engano), a salada de pimento e as batatinhas cozidas. Faltam as tardes a cavar. O leitão que chega todo embrulhado. Falta tanta coisa que esta imagem me atira à cara e me pergunta: como é que te atreves a partir? Nem sonhes em esquecer isto por mais de uns dias. A tua origem é a tua essência. Pertences a estas paragens. És quase isto e quase aquilo mas deixaste de ser indígena.
6 Comments:
"...eu quero uma casa no campo"!
What can I say? Há imagens que nos emocionam sem sabermos porquê...Esta é uma delas! What can I say?
Que saudades, não desta casa, que não conheço, mas da sensação de acordar no campo, com uma janela aberta para o verde. Melhor que isto, talvez um dia de praia de sonho.
Venham mais!
O Júlio escreveu por mim
Eu sinto-me um alvo a abater. Sinto saudades do Verão quer seja no Algarve ou na Beira. Quer seja numa areia quente ou nas memórias dos meus avós que passeavam comigo por estas bandas. O meu pai senta-se ao fundo a trablhar com um vista linda em frente e repensa a sua acção. Eu sinto o fresco da casa depois de um calor absurdo lá fora. Sinto a calma de um campo que me fala de um passado inesquecivel. As casas no campo... Lembro-me de ler as minas de salomão traduzidas pelo Eça que encontrei na minha estante. Estas casas que me contêm e que me fazem a alma do Verão. Onde é que está a Sra Claudina? Onde é que estão as pataniscas? ah ok hoje é empadão com pêros bravos de mofo cozidos para sobremesa. Entretanto a minha irmã vai apanhar amoras e fazer massa fresca. O tempo alonga-se e fala-nos da nossa vida toda, da vida dos que antes de nós nos amaram e cuidaram de detalhes inacreditáveis. A minha mãe quer ajuda para pintar umas arcas. Adoro estas tarefas que prolongam o tempo util das coisas. Hoje a revolução é simples quem nos ama manifesta-se e abraça-nos agora como não se fazia no tempo da charrete. Faltam coisas pequenas que terei de ser eu a fotografar. Hoje fala-se na Isabel... Quando eu era pequenino era o Sr. Mário e a Sra. Claudina. Faltam as sardinhas (que estão no formato digital do telelmovel e no outro blog se não me engano), a salada de pimento e as batatinhas cozidas. Faltam as tardes a cavar. O leitão que chega todo embrulhado. Falta tanta coisa que esta imagem me atira à cara e me pergunta: como é que te atreves a partir? Nem sonhes em esquecer isto por mais de uns dias. A tua origem é a tua essência. Pertences a estas paragens. És quase isto e quase aquilo mas deixaste de ser indígena.
O Manel já disse muito. O resto vai no pensamento e nas memórias que não se apagam.
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